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domingo, 29 de março de 2015

A SUPERVISÃO E A AÇÃO DIALÓGICA

                        A SUPERVISÃO E A AÇÃO DIALÓGICA
      
             O presente texto constitui uma abordagem da importância do diálogo tanto na prática docente quanto na prática do supervisor escolar, na busca da qualidade da educação, e consta de um breve relato histórico do papel do supervisor no Brasil, bem como o posicionamento de alguns autores sobre o desenvolvimento de uma ação dialógica no âmbito escolar.
                   Para compreender a importância do diálogo na prática do supervisor é necessário inicialmente entender o seu papel no interior das escolas ao longo dos anos.
                   O supervisor escolar surge como um fiscal do trabalho pedagógico. Hoje, diante da dialética sobre o papel do supervisor escolar, entende-se que o supervisor é um orientador, um formador de formadores, e portanto, precisa garantir a formação continuada dos professores. Partindo desse pressuposto, entende-se que a supervisão escolar precisa  ser uma ação dialógica, baseada  numa proposta democrática de educação, considerando que o diálogo é fundamental no processo ensino-aprendizagem e que a ação do supervisor deve contribuir de maneira eficaz nesse processo.
                   Baseado nas suas experiências como educador, Paulo Freire afirma que o homem é um ser de relações, um ser inacabado, transcendente e histórico. É um ser de relações porque está no mundo e com o mundo; é inacabado, pois é incompleto e se humaniza na sua relação com o mundo; é transcendente porque é capaz de perceber o infinito e ligar-se ao Criador numa relação libertadora; e é histórico porque pode perceber o passado, o presente e o futuro. É a partir desse ponto de vista que Paulo Freire reforça a tese de que o ser humano aprende a partir de objetos da sua vivência, a partir das relações que mantém com o mundo e com as pessoas à sua volta, numa relação dialógica de constantes trocas de experiências. Assim,  pode-se afirmar que é desse processo de relações que  decorre a educação e,  consequentemente, a construção do conhecimento pelo próprio sujeito. Ele ressalta que o professor precisa descobrir no aluno o que ele já sabe e a partir de então partir para a problematização e a construção de novos saberes.
                   De acordo com Paulo Freire ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho. As pessoas se educam em conjunto numa relação dialógica de constante troca de conhecimentos. Isso implica dizer que , no processo educativo, o educador deve utilizar-se do diálogo como instrumento de interação, onde todos possam expor suas experiências, sua visão de mundo e a do outro, proporcionando situações de reflexão sobre a realidade.
                   É importante salientar que a prática pedagógica baseada no diálogo, que parte das experiências do educando,  configura um ensino horizontal e não vertical, onde todos têm oportunidade de refletir e compreender a realidade que os cerca. Constitui uma prática emancipadora de educação.
                   Para Terezinha Azeredo Rios, a educação é a construção da humanidade, é o processo contínuo de partilha e socialização da cultura e é competência não só da escola, mas também da família, da igreja e da sociedade. Porém, a escola é responsável pela socialização da cultura de forma sistemática.  Assim como Paulo freire, ela ressalta a necessidade de educar para liberdade, para possibilidade de uma participação ativa junto com o outro e aponta as quatro dimensões que envolvem a prática pedagógica:

-dimensão técnica; refere-se ao conhecimento que o professor possui na sua área de ensino;
-dimensão estética; está relacionada à sensibilidade, à relação professor-aluno;
-dimensão política; diz respeito à tomada de decisão perante à sociedade;
-dimensão ética; é a responsabilidade que o professor tem ao socializar a cultura construir o bem comum;

             Essas quatro dimensões precisam estar articuladas para um trabalho eficaz, de bons resultados na busca do bem comum, na busca do exercício da cidadania.
                   Nesse contexto, o que se pode concluir é que processo educativo é um processo contínuo e que se efetiva em conjunto, sobretudo no âmbito escolar, e que o supervisor exerce um papel fundamental, pois é ele o responsável por estimular os professores no desenvolvimento de sua prática, bem como garantir-lhe a formação continuada, numa relação dialógica, onde todos exponham suas experiências e, compartilhando com os demais membros do grupo. Isso implica educar para a cidadania.



Cleidinalva A. da C. Nascimento

quarta-feira, 3 de abril de 2013

INCENTIVANDO À LEITURA

Na minha prática pedagógica tenho priorizado sempre a leitura, pois considero este o ponto de partida para a aprendizagem dos conteúdos.
 A criança deve ser incentivada a ler e interpretar o que lê. A leitura traz inúmeros benefícios ao ser. Quem lê amplia o seu vocabulário, desenvolve a capacidade de se expressar e o senso crítico, além de aprender a escrever melhor.
Portanto, a minha dica aos educadores é: leiam, leiam bastante! Leiam para seus alunos e incentive-os a ler.
E para os alunos, também fica a dica: leiam tudo o que puderem! A leitura só faz bem ao seu intelecto!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO TRABALHO COM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL




A deficiência visual é caracterizada pelo comprometimento parcial ou total da visão, sentido que constitui um canal de acesso ao mundo e, portanto, é também a base de uma parte significativa das aprendizagens humanas. Quando há a perca parcial da visual, dizemos que o indivíduo é portador de baixa visão; quando o cmoprometimento desse sentido é total, consideremos o sujeito como portador de cegueira.
Através da visão o sujeito percebe a realidade à sua volta e interage com ela, agindo sobre os objetos com que se depara. Essa interação com os objetos do meio proporciona às crianças o seu desenvolvimento motor e cognitivo. No entanto a ausência de estímulos visuais diminui o rápido acesso à informação visual e a curiosidade gerando também o sentimento de insegurança e, muitas vezes, comprometendo o seu aprendizado, haja vista que, sem esta fonte de informação os conceitos são construídos de forma fragmentada, baseados em informações advindas de outros sentidos e em descrições verbais, muitas vezes subjetivas e imprecisas, comprometendo o desenvolvimento conceitual e linguístico, acarretando em verbalismo, pois a criança decora e repete conceitos sem conhecer o seu significado.
A inclusão de crianças portadoras de baixa visão ou deficiência visual em classes do ensino regular prevê uma melhor qualidade de vida para essas crianças, oportunizando às mesmas e às demais crianças a possibilidade não só de socialização mas, sobretudo,de uma aprendizagem  significativa e eficaz que lhes proporcione uma maior autonomia na execução de atividades cotidianas tanto na escola quanto fora dela.
Nesse contexto é necessário um empenho maior da escola no sentido de facilitar a aprendizagem desses alunos. Para tanto faz-se necessária um intervenção educacional  psicopedagógica junto à escola e à família, uma vez que o processo educacional ocorre nos vários ambientes em que os sujeitos estão inseridos. Esta intervenção visa a otimização no âmbito da realização de atividades necessárias ou de interesses do aluno.
Nesse trabalho de intervenção é imprescindível um trabalho de envolvimento da família, para que esta possa empenhar-se no desenvolvimento de competências e habilidades das crianças, melhorando o seu desempenho acadêmico.
É importante ressaltar que o psicopedagogo é o profissional mediador das potencialidades de aprendizagem do indivíduo, devendo portanto, possibilitar ao mesmo o seu desenvolvimento potencial, de modo que o mesmo torne-se autor do seu processo educacional. No entanto, a intervenção psicopedagógica inicia-se pelas etapas de diagnóstico que vão resultar na elaboração de estratégias de intervenção clínica e institucional.

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

A intervenção psicopedagógica propriamente dita vai de encontro ao processo de integração do deficiente visual para que adquira uma melhor qualidade de vida. Essa intervenção abrange os campos institucional e clínico.

INSTITUCIONAL:

A intervenção psicopedagógica institucional implica no trabalho no com o aprendiz âmbito da instituição, visando a eficácia do processo de ensino-aprendizagem, promovendo mudanças significativas e revertendo o que venha a caracterizar obstáculos na aprendizagem e participação das crianças com deficiência visual no contexto familiar, escolar e social. Desse modo, sugere-se as seguintes formas de intervenção:
avaliação diagnóstica;
encontros com as famílias e o corpo docente;
trabalho de orientação das famílias e educadores por meio de dinâmicas de grupo para que  os mesmos estimulem o desenvolvimento sensório-motor das crianças cegas e com baixa visão;
rodas de conversa;
elaboração, junto aos educadores, de estratégias de organização da sala de aula como o uso de recursos propícios ao desenvolvimento de suas potencialidade

         CLÍNICA:

A intervenção psicopedagógica clínica se faz através de um trabalho específico com o aprendente, objetivando desenvolver as suas potencialidades cognitivas, motoras e emocionais, de modo que ele torne-se um sujeito autônomo capaz de atuar no meio social. Nesse sentido, o psicopedagogo clínico pode atuar realizando atividades de estimulação dos sentidos remanescentes como o tato, o olfato e a audição. Sugere-se, portanto, atividades como:
jogos de orientação e mobilidade;
modelagem com argila e massa de modelar;
rasgar e amassar papéis;
leituras em voz alta proporcionando informações verbais;
desenhos na caixa de areia;
amarrar e desamarrar os cadaços;


ORIENTAÇÕES PARA A FAMÍLIA

A família constitui o primeiro meio de convívio do aprendente e exerce forte influência na vida do mesmo, pois é no meio familiar que o sujeito vive suas primeiras experiências de vida. Desse modo, pode-se afirmar que a família é a base das futuras aprendizagens do indivíduo. É na comunidade familiar que se deve dar início ao processo de integração do aprendente através da estimulação precoce do uso da visão e dos demais sentidos
O trabalho psicopedagógico junto às famílias constitui um trabalho de orientação para o desenvolvimento da aprendizagem do sujeito.
É importante ressaltar que muitas vezes esse trabalho inclui, inicialmente, atividades de resgate da auto-estima dessas famílias, que muitas vezes encontram-se inseguras diante do fato de terem em seu meio uma criança com deficiência.
No caso das crianças com deficiência visual total ou parcial, o psicopedagogo deve orientar a família sobre o tratamento e a atenção dada a essas crianças, bem como sobre como estimular o desenvolvimento cognitivo, motor e emocional das mesmas. Nesse contexto há uma série de atividades que a família pode realizar em casa, como a aplicação de uma rotina que leve ao desenvolvimento desses aprendentes. A disposição e localização de objetos pelos cômodos da casa, a descrição de percursos, leituras em voz alta, descrição de cenas de um filme, são estratégias de estimulação que podem ser realizadas pela família e que podem favorecer a independência do aprendente na realização de suas atividades cotidianas.


SUGESTÕES DE LIVROS

No ano de 2008, através do decreto nº6.571, foi publicado o Projeto do Livro Acessível para alunos com Deficiência Visual, dentre outros recurso multifuncionais. Nesse mesmo ano foi lançado o edital para a aquisição de livros voltados para a orientação pedagógica e livros de literatura infanto-juvenil. Também foi efetivada a parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro para a produção do livro em áudio, que é o livro digital falado. Atualmente já se dispõe também no Brasilde publicações com audiodescrição, que são livros que descrevem detalhadamente todas as ações e situações contidas no texto. Ao contrário dos áudiolivros onde alguém narra os fatos, os livros com audiodescrição descrevem desde as imgens às expressões corporais e faciais.
A sugestão é que sejam levados para a sala de aula livros adequados aos alunos com deficiência visual que abordem o tema das diferenças e como conviver com as mesmas. Nesse contexto, indicamos o livro da escritora Mônica Picavêa “Simplesmente Diferente” que trata da inclusão e é voltado para o público infantil. Trata-se de uma coletâne de histórias baseadas em pessoas reais. Essas histórias ajudarão as crianças a ver a diversidade com mais naturalidade.
No que se refere às publicações voltadas para embasamentos teóricos e aplicação prática de metologias de inclusão de crianças com deficiência visual, sugerimos o livro “A experiência como fator determinante na representação espacial de pessoas com deficiência visual” da pesquisadora Sílvia Elena Ventorini. O livro é baseado em suas experiências com crianças cegas e com baixa visão e concilia teoria e prática no trabalho com essas crianças. Na obra ela propõe uma reflexão sobre a importância dos fatores sociais e culturais no desenvolvimento psíquico, motor e cognitivo das crianças com deficiência visual. Dessa forma, a autora contribui com educadores no trabalho com essas crianças na promoção da sua aperndizagem.


           SUGESTÕES DE JOGOS COMO INSTRUMENTO DE 
                                                    INTERVENÇÃO PSCOPEDAGÓGICA

                  Os jogos e as brincadeiras são de fundamental importância no processo de aprendizagem de crianças sejam elas normais ou portadoras de alguma deficiência, haja vista que causa divertimento, entusiasmo e confiança..
                  Há vários tipos de jogos, dentre eles os jogos motores,que estimulam a motricidade; os jogos intelectuais, voltados para o desenvolvimento cognitivo; e os jogos competitivos e de cooperação, que trabalham as relações e a afetividade.
                  Considerando os benefícios do jogo no contexto educacional, vale ressaltar a iomportância do mesmo no processo de ensino-aprendizagem de crianças cegas e com baixa visão, principalmente no processo de alfabetização em braille.
                   Nesse contexto, sugerimos a aplicação de jogos que estimulem o tato, a audição e o olfato, como jogos em alto relevo ( jogo da memória, dominó com gravuras, etc.), jogos com peças de encaixe (torre de argolas ou cubos e outras formas geométricas, resta um, quebra-cabeça do corpo humano e de mapas...) e jogos motores ( encontrar um objeto após orientação, dança, etc.).



EQUIPE RESPONSÁVEL:

Cleidinalva A da C Nascimento
Kédna da Silva Alves
Mª de Loourdes da Silva Lima
Mª do Socorro Nascimento Silva
Mª do Socorro Pereira dos Santos
Mª Teresa Guimarães Fortes
Valdirene Barbosa Ferreira


Teresina, 09 de maio de 2011




SITES PARA PESQUISAS

http://www.psicopeedagogia.com.br
www.bengalabranca.com.br
http://www.bengalalegal.com
http://www.inclusive.org.br
http://www.lerpraver.com
www.ibc.gov.br
www.cegas.com.br
http://analgesi.co.cc/html/t30436.html
http://deficieciavisual.com.sapo.pt/txt.adeficienciavisual.htm
www.unesp.br



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SEMINÁRIO MUNICIPAL DE GESTORESE EDUCADORES DO PROGRAMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DIREITO À DIVERSIDADE, 5., 2009, Teresina, Piauí.

SOUSA, Luciana Frazão de. Inclusão em Educação: Construindo um Processo Psicopedagógico. Disponível em:<http://www.psicopeedagogia.com.br
acesso em 07 de maio de 2011.

DINIZ, Gleidemar J. R. Psicodrama Pedagógico e Teatro-Educação. São Paulo, Ícone, 1995

domingo, 28 de outubro de 2012

Automutilação


AUTOMUTILAÇÃO ou “CUTTING”



O QUE É AUTOMUTILAÇÃO?


O termo cutting é uma palavra inglesa que significa "cortando".
A automutilação ou cutting, é um grave transtorno do impulso, que consiste no ato de ferir-se ou prejudicar a si mesmo propositalmente.
Neste transtorno, a pessoa pode bater-se, chicotear-se, cortar-se, queimar-se, puxar seu próprio cabelo, beliscar-se, tentar se estrangular, morder-se, apertar ou reabrir feridas (dermatotilexomania), arrancar os cabelos (tricotilomania), furar-se (com agulhas, arames, pregos, canetas, tesouras), ingerir agentes corrosivos ou alfinetes, ou ainda, tomar doses excessivas de medicamentos e drogas (overdose), ou àlcool, sem a intenção de cometer suicidio.
Tricotilomania
A auto-lesão entre indivíduos com distúrbios de desenvolvimento (por ex., autismo, retardamento, inteligência limítrofe) envolve, geralmente, ações relativamente simples, tais como bater a própria cabeça contra a parede, esmurrar superfícies duras e morder-se. É comum desenvolveremalotriofagia ou alotriogeusia que corresponde a um transtorno onde o afetado engole substâncias/objetos que não são comestíveis.
O portador deste transtorno não se dá conta que, neste ato, coloca seriamente em risco sua vida.
Tais ações podem ser sinal de que algo está errado...
Fica muito claro que estas pessoas precisam de ajuda, e não de criticas.


PORQUE A PESSOA SE AUTOMUTILA?


De maneira geral, a pessoa se automutila devido a uma incapacidade de lidar com seus próprios sentimentos. O individuo que pratica automutilação não busca dor fisica. Ao contrário do que a maioria pensa, eles não são masoquistas, e nem tão pouco buscam apenas chamar a atenção (mesmo porque, a maioria tenta esconder as cicatrizes causadas por este ato).
Na verdade, o que a pessoa procura, é o alivio de sua angústia, de seu desespero e de sua dor... Eles vêem no cutting a saida mais rápida para este intenso sofrimento.


O automutilador tende a ter grandes dificuldades para se expressar verbal ou emocionalmente, portanto, não consegue falar publicamente sobre suas angustias nem chorar diante de outras pessoas. Há relatos de pessoas que com o passar do tempo sentem-se incapazes de chorar até mesmo quando estão sozinhas. Essa dificuldade de expressão acaba, em muitos casos, sendo um forte fator que desencadeia o comportamento automutilador. Alguns indivíduos afirmam que escrever (textos, poemas, contos, músicas, etc.) lhes parece de grande ajuda, como uma forma de expressar suas emoções, o que não conseguem fazer de outras formas. Desse modo, a necessidade de se automutilar diminui significantemente.
Não possui amor próprio e usualmente define a sí mesmo como sendo "um lixo humano, uma criatura insuficiente e fracassada, que não tem direito de conviver com os demais". Desse modo, alguns tendem a se afastar da família e dos amigos, buscando poupa-los do mal, que presumem ser, a sua presença. Com o tempo, se vêem executando sozinhos, atividades que costumava fazer em grupo.
Geralmente afirma automutilar-se com a intenção de interromper uma dor emocional muito forte. A maioria alega se tratar "de uma espécie de troca, da dor física pela dor emocional", afirmam. Muitos praticantes da automutilação dizem que “é melhor sentir a dor fisica, do que a dor emocional”.
Além disso, vários automutiladores se ferem também como uma forma de punição, por se sentirem insuficientes e fracassados, "Um lixo humano", como eles próprio se definem. Dentre outras razões. Todos eles descrevem o desejo automutilador como algo incontrolável, como um vício do qual, ainda que queiram, não conseguem se libertar.
Logo após uma crise, em que o automutilador fere o próprio corpo ou apresenta qualquer outro comportamento auto-agressivo, o sentimento seguinte é geralmente de alivio, satisfação, culpabilidade, entre outros. 
Muitas vezes o indivíduo chora muito após o ato, e a sensação de fracassso é extrema.
Possui extrema dificuldade em falar sobre si mesmo, principalmente sobre a doença.
Alguns abandonam qualquer tipo de atividade em que seja necessária a exibição do corpo, como ir a praia ou a um clube, para que suas feridas e cicatrizes permaneçam ocultas e, desse modo, não tenham que falar sobre o problema nem corram o risco de serem impedidos de praticá-lo.
Não possui qualquer expectativa com relação ao seu futuro ou à vida de maneira geral, pois se considera incapaz de alcançar qualquer coisa realmente boa.

Quando o indivíduo consegue superar a doença, o primeiro problema com que se depara é a sensação de vazio. Muitos ex-automutiladores afirmam que se tornaram incapazes de qualquer sentimento comum ao ser humano, como ódio, raiva, indignação, medo, insegurança, alegria, amor, etc. Sentem-se apáticos e desinteressados com relação a qualquer assunto que os rodeie. "Se alguém morresse do meu lado, eu não daria a mínima", afirmam. Essa sensação tem sido observada em vários indivíduos, porém, não se estende por muito tempo. Ainda que tenha alguma recaída, o ex-automutilador tende a sentir cada vez menos falta do comportamento auto-agressivo e, com o tempo, o abandona completamente.
A automutilação é muitas vezes praticado por portadores de patologias psiquiátricas, em especial, os portadores de transtorno de personalidade Borderline, depressão, bipolaridade, anorexia, bulimia e esquizofrenia.
É imperativo que a família e amigos ajude a pessoa que se auto-mutila, começando pela reconstrução da sua auto-estima, restabelecendo os laços afetivos que muitas vezes, até por distracção, podem ter sido negligenciados e por isso mesmo ter proporcionado o isolamento e sentimento de abandono do adolescente. 
Atividades familiares de lazer, incentivar o jovem a participar em atividades lúdicas e esportivas que sejam do seu agrado e lhe permitam desenvolver os seus dons, mas sobretudo o acompanhamento médico e psicológico é fundamental para a cura, podendo frequentar uma terapia de grupo até com os pais / cônjuges.


COMO POSSO IDENTIFICAR SE ALGUÉM PASSA POR ESTE PROBLEMA?

É importante observar indícios de automutilação. Muitas vezes, temos dentro de nossa própria casa um ente que realiza “cutting”, porém, como esta não é uma atitude que se espera, geralmente os indícios passam desapercebidos.
As pessoas que se automutilam sentem vergonha e medo de revelar este comportamento. Isso faz com que eles tentem esconder, e procuram ferir-se solitariamente, em locais onde não podem ser observadas. Elas sabem que este comportamento não é bem aceito pelas pessoas.
Sendo assim, você poderá desconfiar que alguém apresenta automutilação quando essa pessoa:
a) Costuma usar roupas de mangas longas, mesmo no verão, com altas temperaturas;
b) Apresentam várias cicatrizes ou lesões repetidas e tem dificuldade para explicá-las;
c) Isola-se evitando situações onde seu corpo pode ser exposto, como praia ou piscina;
Vale lembrar que estas pessoas podem apresentar sintomas depressivos e de fobia social associados.

EXISTE TRATAMENTO?

Sim. O tratamento consiste em psicoterapia e medicações que se mostrem eficazes nos casos de automutilação.
Não existe uma medicação especifica para o tratamento deste transtorno, contudo, são utilizados medicamentos que aliviem os sintomas depressivos e ansiosos, que podem colaborar para a manutenção do comportamento. 
Há também medicações que são usadas para diminuir a impulsividade e que ajudam o paciente a resistir a vontade de se machucar, caso esta apareça.
A melhor forma de auxiliar a pessoa que pratica a automutilação é encaminha-la a um especialista, observar o possível aparecimento de novas lesões, e estimula-la a falar sobre seus sentimentos e/ou problemas.
Contudo, a própria pessoa deve tentar se ajudar!
Como diria minha avó, "mente vazia é oficina do Diabo", portanto, é preciso estar atento a possiveis recaídas no decorrer do tratamento.
Isso não é algo tão simples como parece, afinal, o cutting torna-se o "crack ou a cocaína" da pessoa que o pratica.
Durante o tratamento, a pessoa precisa esquivar-se de pensamentos de dor, numa luta diária contra recaidas. É preciso atenção também, pois nem sempre uma recaida ocorre por algum motivo catastrófico, como a morte de um ente querido, por exemplo. Uma simples discussão com um namorado ou amigo pode desencadear uma dor e desespero tamanho, que leva a pessoa a se cortar desesperadamente!
É necessário disciplina, apoio e tratamento adequado. Viver um dia de cada vez, dar um pequeno passo a cada dia. Um dia sem se automutilar deve ser visto como uma grande vitória! E caso haja uma recaída, paciência!
Realmente é um processo de reabilitação (como no abuso de àlcool e drogas). Podem ocorrer 
verdadeiras "crises de abstinência" e também recaídas, contudo, não significa que perdeu-se a guerra, mas sim, uma batalha.

ONDE POSSO PROCURAR AJUDA?

É importante buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.
Seria mais indicado profissional com experiência no tratamento de pacientes com automutilação, pois estes pacientes apresentam algumas peculiaridades.
Caso estes profissionais não estejam disponíveis, já que são raros os profissionais com experiência em automutilação, seria indicado profissional com experiência em transtornos do impulso.
Em São Paulo, o Ambulatório Integrado de Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas (IPq- HCFMUSP), oferece tratamento gratuito e especializado para este e outros transtornos do impulso.
Você poderá entrar em contato pelos fones: 11 3069-7805, e para maiores informações, poderá acessar o site: www.amiti.com.br

SUGESTÃO DE LEITURA:


To Write Love On Her Arms (Para Escrever Amor Nos Braços Dela) :http://www.twloha.com/vision
O TWLOHA é um movimento sem fins lucrativos dedicado a apresentar esperança e fornecer ajuda para pessoas que lutam contra depressão, vícios, auto-mutilação e suicídio. Tudo começou com a tentativa de suicídio de uma menina que, após fazer cortes em seu pulso, escreveu "fuck up" (foda-se) nos braços com seu próprio sangue. Cinco dias após esse incidente, houve a decisão de reverter esse quadro e nasceu a campanha To Write Love On Her Arms, que é uma campanha a favor do amor e da vida, apoiada por várias pessoas, incluindo muitos famosos.  
Infelizmente o site é todo em inglês, mas você podera usar a função "traduzir página" do Google ou utilizar algum tradutor on line, caso não tenha fluência no idioma.


THE BUTTERFLY PROJECT SELF-HARM:

O projeto Borboleta para auto-mutiladores foi criado por praticantes de cuttingque sentiam necessidade em parar, e consideravam-se prontos para enfrentar o desafio.
A idéia é relativamente simples, e pode ser mais um aliado na luta contra a prática de auto-mutilação, já que a idéia é fazer com que a pessoa treine / desenvolva seu auto-controle.

As regras são:

1) Quando você sente que quer cortar ou se ferir, com uma caneta ou marcador, desenhe uma borboleta em seu braço ou mão (ou em qualquer outra parte do corpo onde você quer infligir dor / auto ferir);

2) Nomeie a borboleta com o nome de um ente querido ou alguém que realmente quer que você obtenha melhora;

3) Você deve deixar a borboleta desaparecer naturalmente. Não esfregue a parte desenhada, ou aplique produtos que possam remover o desenho;

4) Se você cortar a parte do corpo onde há a borboleta, medite que você a matou.
Se você não cortar, ela continua viva e livre! (lembre-se que esta borboleta representa alguém importante para você);

5) Se você tiver mais de uma borboleta, e se cortar (ou machucar de alguma forma) você matou a todas elas;

6) Outra pessoa pode desenhá-las em você. Estas borboletas são "extra especiais"
Cuide bem delas!

7) Se em algum momento você perder o controle, e se cortar, não desista. Recomece todo o programa.

8) Mesmo se você não se corte, sinta-se livre para desenhar uma borboleta para mostrar seu apoio a uma pessoa que pratica o cutting. Se você fizer isso, e nomeá-la, estará ajudando-a(o) a treinar o auto-controle.


CUTTING - NÃO CONSIGO PARAR:


 
FONTES:
Giusti, J.S. Cinco coisas que você deve saber sobre Automutilação. Internet. In O que eu tenho? Disponivel em: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2009/09/04/5-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-automutilacao . Acesso em abril de 2011.
Self-harm. Internet. In BBC Online . BBC News, 2004. Disponivel em:http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/medical_notes/4067129.stm Acesso em abril de 2011.
Automutilação. Internet. In Wikipédia, 2011. Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Automutila%C3%A7%C3%A3o Acesso em abril de 2011.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Síndrome da Alienação Parental


O que é SAP? Por Cleidinalva A. da C. Nascimento O que é a Alienação Parental ? Síndrome de Alienação Parental (SAP), também conhecida pela sigla em inglês PAS, é o termo proposto por Richard Gardner [3] em 1985 para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor. Os casos mais freqüentes da Síndrome da Alienação Parental estão associados a situações onde a ruptura da vida conjugal gera, em um dos genitores, uma tendência vingativa muito grande. Quando este não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Neste processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro. O Genitor Alienante • Exclui o outro genitor da vida dos filhos o Não comunica ao outro genitor fatos importantes relacionados à vida dos filhos (escola, médico, comemorações, etc.). o Toma decisões importantes sobre a vida dos filhos, sem prévia consulta ao outro cônjuge (por exemplo: escolha ou mudança de escola, de pediatra, etc.). o Transmite seu desagrado diante da manifestação de contentamento externada pela criança em estar com o outro genitor. • Interfere nas visitas o Controla excessivamente os horários de visita. o Organiza diversas atividades para o dia de visitas, de modo a torná-las desinteressantes ou mesmo inibi-la. o Não permite que a criança esteja com o genitor alienado em ocasiões outras que não aquelas prévia e expressamente estipuladas. • Ataca a relação entre filho e o outro genitor o Recorda à criança, com insistência, motivos ou fatos ocorridos que levem ao estranhamento com o outro genitor. o Obriga a criança a optar entre a mãe ou o pai, fazendo-a tomar partido no conflito. o Transforma a criança em espiã da vida do ex-cônjuge. o Quebra, esconde ou cuida mal dos presentes que o genitor alienado dá ao filho. o Sugere à criança que o outro genitor é pessoa perigosa. • Denigre a imagem do outro genitor o Faz comentários desairosos sobre presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele oferece ao filho. o Critica a competência profissional e a situação financeira do ex-cônjuge. o Emite falsas acusações de abuso sexual, uso de drogas e álcool. A Criança Alienada: • Apresenta um sentimento constante de raiva e ódio contra o genitor alienado e sua família. Recusa-se a dar atenção, visitar, ou se comunicar com o outro genitor. • Guarda sentimentos e crenças negativas sobre o outro genitor, que são inconsequentes, exageradas ou inverossímeis com a realidade. Crianças Vítimas de SAP são mais propensas a: • Apresentar distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico. • Utilizar drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação. • Cometer suicídio. • Apresentar baixa auto-estima. • Não conseguir uma relação estável, quando adultas. • Possuir problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado. Como parar a Alienação Parental? Busque e Divulgue Informações A síndrome da alienação parental é um tema bastante discutido internacionalmente e, atualmente, no Brasil também é possível encontrar vários sites sobre o assunto, bem como livros e textos Tenha Atitude. Como pai/mãe • Busque compreender seu filho e proteja-o de discussões ou situações tensas com o outro genitor. • Busque auxílio psicológico e jurídico para tratar o problema. Não espere que uma situação de SAP desapareça sozinha. Lembre-se A informação sobre a SAP é muito importante para garantir às crianças e adolescentes o direito ao desenvolvimento saudável, ao convívio familiar e a participação de ambos os genitores em sua vida. A Alienação Parental não é um problema somente dos genitores separados. É um problema social, que, silenciosamente, traz conseqüências nefastas para as gerações futuras. Pai e Mãe, os filhos precisam de ambos! Estatísticas sobre a Síndrome da Alienação Parental • 80% dos filhos de pais divorciados já sofreram algum tipo de alienação parental. [1] • Estima-se que mais de 20 milhões de crianças sofram este tipo de violência [2]

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

MARIA LUÍSA, MINHA ESTRELA AMIGA Às vezes procuro a minha estrela amiga pra falar, mas, ela está tão longe!.. Talvez nem exista! E se existe, não lembra mais de mim... A solidão é tão grande! Grande como a desconfiança que tenho das pessoas, do mundo. Quando eu era criança, conheci alguém lá no fundo da minha imaginação. Minha amiga Maria Luísa. E vivemos muitas aventuras juntas. Brincamos, sorrimos choramos. Mas com o passar tempo, fui crescendo e a criança em mim adormecendo... eu fui esquecendo a nossa amizade. As responsabilidades foram aumentando tomando todo o meu tempo. E Maria Luísa, sempre tendo que esperar por mim... Até que um dia , ela se cansou e se foi de vez. No início não sofri muito com a sua ausência, pois estava encantada com a “deslumbrante” realidade da pré-adolescência. Novos amigos, novos interesses e a busca por novas aventuras. Mas com o passar do tempo as ilusões foram desaguando no oceano das incertezas. Hoje me encontro neste oceano em um barco a vela indo onde o vento me leva. E na solidão, olho para trás na esperança de reencontrar Maria Luísa. Mas ela não está lá... Para minha tristeza, ela não está lá Que saudades eu sinto! Com Maria Luísa a vida era bem mais simples!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ESTRELAS TORTAS Por CLEIDINALVA A. DA C. NASCIMENTO Certa noite ao chegar à biblioteca comunitária do bairro para o ensaio da peça teatral na qual estávamos trabalhando, avistei-o ao longe, numa prateleira: Estrelas Tortas. Logo me senti atraída por ele, o livro do grande escritor Walcyr Carrasco, onde ele narra o drama de uma bela jovem estudante que fica paraplégica após sofrer um acidente de carro. O acidente altera toda a rotina da família que precisa adaptar-se à nova realidade. Todos passam a viver em torno de Marcela, a jovem paraplégica, e do seu tratamento, e, sob forte abalo emocional, as mudanças vão acontecendo. Os pais passam a trabalhar mais para pagar o tratamento da filha e a reforma da casa; a avó e o irmão da jovem passam a dedicar seu tempo a cuidar da mesma, e Marcela isola-se do mundo em crise depressiva. No decorrer da história, é possível notar que, a princípio, todos são tomados pelo desespero e pela falta de expectativa. A mãe, em crise, alimenta o sentimento de culpa, Marcela, em depressão, parece desistir da vida; Guilherme, o irmão, é levado pela sensação de ter a sua infância interrompida, pois tudo o que ele vê são as obrigações com a irmã, e o pai, sente necessidade de proteger a filha de tudo e de todos. Passa a ver a filha como um cristal que se quebrará a qualquer momento. No entanto, em meio a essa série de conflitos em torno do acidente, o que Guilherme classifica como “estrelas tortas”, é a própria Marcela quem encontra a luz que todos precisavam no momento. Apesar da frustração de ter que depender de uma cadeira de rodas para se locomover, aos poucos Marcela vai redescobrindo a vida, tornando-se independente e recuperando a alegria de viver. Volta a estudar, faz novos amigos, e, assim, mostra a todos, sobretudo aos pais, as suas capacidades. O que faz com que todos que estão a sua volta retomem suas vidas dentro das possibilidades, aprendendo com Marcela um jeito novo de ver e de viver a vida. Mas, por que “Estrelas Tortas”? Para Guilherme, as pessoas são como as estrelas, mas os problemas as tornam estrelas tortas. Elas perdem o brilho diante deles. Tornam-se fragilizadas e perdem a direção. Foi o que aconteceu com a sua família. Diante do acontecido, todos ficaram confusos até que a jovem Marcelo deu o primeiro passo rumo um novo estilo de vida. O livro Estrelas Tortas é uma boa reflexão. Todos nos deparamos com as estrelas tortas em nossas vidas. São os problemas, os conflitos, as decepções... Mas, precisamos enfrentá-las, tentar solucioná-las e conviver com as mesmas. O que ele nos repassa vai além do drama de Marcela e sua família. Ele nos ensina que não devemos desistir nunca, que o desespero não é a solução, pois sempre há uma saída para os nossos problemas que está dentro de nós mesmos. É a força e a determinação, a vontade de vencer...E o primeiro passo é encarar as dificuldades de frente sem autopiedade.