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domingo, 29 de março de 2015

A SUPERVISÃO E A AÇÃO DIALÓGICA

                        A SUPERVISÃO E A AÇÃO DIALÓGICA
      
             O presente texto constitui uma abordagem da importância do diálogo tanto na prática docente quanto na prática do supervisor escolar, na busca da qualidade da educação, e consta de um breve relato histórico do papel do supervisor no Brasil, bem como o posicionamento de alguns autores sobre o desenvolvimento de uma ação dialógica no âmbito escolar.
                   Para compreender a importância do diálogo na prática do supervisor é necessário inicialmente entender o seu papel no interior das escolas ao longo dos anos.
                   O supervisor escolar surge como um fiscal do trabalho pedagógico. Hoje, diante da dialética sobre o papel do supervisor escolar, entende-se que o supervisor é um orientador, um formador de formadores, e portanto, precisa garantir a formação continuada dos professores. Partindo desse pressuposto, entende-se que a supervisão escolar precisa  ser uma ação dialógica, baseada  numa proposta democrática de educação, considerando que o diálogo é fundamental no processo ensino-aprendizagem e que a ação do supervisor deve contribuir de maneira eficaz nesse processo.
                   Baseado nas suas experiências como educador, Paulo Freire afirma que o homem é um ser de relações, um ser inacabado, transcendente e histórico. É um ser de relações porque está no mundo e com o mundo; é inacabado, pois é incompleto e se humaniza na sua relação com o mundo; é transcendente porque é capaz de perceber o infinito e ligar-se ao Criador numa relação libertadora; e é histórico porque pode perceber o passado, o presente e o futuro. É a partir desse ponto de vista que Paulo Freire reforça a tese de que o ser humano aprende a partir de objetos da sua vivência, a partir das relações que mantém com o mundo e com as pessoas à sua volta, numa relação dialógica de constantes trocas de experiências. Assim,  pode-se afirmar que é desse processo de relações que  decorre a educação e,  consequentemente, a construção do conhecimento pelo próprio sujeito. Ele ressalta que o professor precisa descobrir no aluno o que ele já sabe e a partir de então partir para a problematização e a construção de novos saberes.
                   De acordo com Paulo Freire ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho. As pessoas se educam em conjunto numa relação dialógica de constante troca de conhecimentos. Isso implica dizer que , no processo educativo, o educador deve utilizar-se do diálogo como instrumento de interação, onde todos possam expor suas experiências, sua visão de mundo e a do outro, proporcionando situações de reflexão sobre a realidade.
                   É importante salientar que a prática pedagógica baseada no diálogo, que parte das experiências do educando,  configura um ensino horizontal e não vertical, onde todos têm oportunidade de refletir e compreender a realidade que os cerca. Constitui uma prática emancipadora de educação.
                   Para Terezinha Azeredo Rios, a educação é a construção da humanidade, é o processo contínuo de partilha e socialização da cultura e é competência não só da escola, mas também da família, da igreja e da sociedade. Porém, a escola é responsável pela socialização da cultura de forma sistemática.  Assim como Paulo freire, ela ressalta a necessidade de educar para liberdade, para possibilidade de uma participação ativa junto com o outro e aponta as quatro dimensões que envolvem a prática pedagógica:

-dimensão técnica; refere-se ao conhecimento que o professor possui na sua área de ensino;
-dimensão estética; está relacionada à sensibilidade, à relação professor-aluno;
-dimensão política; diz respeito à tomada de decisão perante à sociedade;
-dimensão ética; é a responsabilidade que o professor tem ao socializar a cultura construir o bem comum;

             Essas quatro dimensões precisam estar articuladas para um trabalho eficaz, de bons resultados na busca do bem comum, na busca do exercício da cidadania.
                   Nesse contexto, o que se pode concluir é que processo educativo é um processo contínuo e que se efetiva em conjunto, sobretudo no âmbito escolar, e que o supervisor exerce um papel fundamental, pois é ele o responsável por estimular os professores no desenvolvimento de sua prática, bem como garantir-lhe a formação continuada, numa relação dialógica, onde todos exponham suas experiências e, compartilhando com os demais membros do grupo. Isso implica educar para a cidadania.



Cleidinalva A. da C. Nascimento